À boleia pela Vida... Viajar por Dentro e por Fora!

Dois meses mudaram toda a minha Vida. Sem esses dois meses e sem as pessoas com quem me cruzei não seria quem sou hoje. Hoje sou viajante! Mais que nunca! Planos para o futuro: Viver os meus sonhos! Fazer o que me preenche. Mostrar ao mundo que é possível viver os sonhos. Sempre!

Thursday, May 24, 2007

Parma - Sevilla - Lisboa...

Cheguei de Parma ontem.

Depois de um almoço à pressa às 16h, saí para ser deixado na portagem à porta da autoestrada para Milão. Porta que não demorou muito a me deixar entrar. Depois de entrar, tinha que continuar pelos seus corredores. Depois de estúpidas voltas em autoestradas e ligações de autoestradas que não conheço, calças rasgadas por redes de segurança (de quem? Ou de quê?) e muitas horas ao sol com destino escrito na mão, lá arranjo boleia em direcção a Milão e percebo que não me apetecem os dois restantes troços de estrada.

Estou cansado e com pouca paciência. Não sou por isso bom companheiro de viagem e, afinal de contas, tenho um avião para apanhar e já se faz tarde. Decido apanhar o comboio de Milão para Bergamo. Afinal o som das ligações dos carris também me faz sonhar.

Chego a Bergamo e sou escandalosamente convidado para uma trafulhice qualquer. “Ainda há um autocarro às 00h. São só 22h30. Anda que eu pago-te uma cerveja..” Não obrigado. Sinto que não. Talvez deva praticar um pouco as suas capacidades de representação.

Chego ao aeroporto pouco depois para uma espera de longas horas até ao meu vôo das 6h35 para Sevilha. Digamos que a parte mais entusiasmante (por ser diferente) da noite foi o check-in. No ecrã das partidas via-se que os balcões de check-in 7, 8 e 9 estariam abertos para o vôo da Ryanair para Sevilha. Chegada a hora avisaram que afinal era só no 7. As duas outras filas (há algum tempo formadas) tiveram que se juntar. E ordem? E chegadas primeiro? E agora? De repente senti que já estava em Portugal. Depois assisti a uma agradável discussão entre uma passageira espanhola e a assistente italiana da RyanAir. Se a italiana, invulgarmente, conseguia falar inglês, a espanhola pouco percebia. Ao fim de poucos minutos tínhamos italiano a ser respondido com espanhol. Deveras interessante para quem olha de fora.

Dos primeiros a fazer check-in, dos primeiros a entrar. Escolho o único lugar que faz juz ao meu tamanho “extra-esperado”. Junto da porta da frente, junto à janela para esticar as pernas sem incomodar a tripulação.

Duas horas e dez minutos de incómodo. Sentado, sem paisagens, a tentar dormir mas com crianças aos saltos à minha volta. O sinal dos cinto de segurança não devia ficar sempre ligado para crianças? Mesmo que estivesse não me parece que muito mudasse.

Chego ao aeroporto de Sevilha às 9. Sol, calor, muita espera e boleias que me deixam um pouco à deriva. Não há estações de serviço nas autoestradas por isso fico sempre em rotundas, em entradas de auto estrada. Sempre com um papel com o destino traçado e de dedo no ar. Demoro 7 horas a sair de Espanha. 7 horas a percorrer 150 km. Felizmente saí cedo do aeroporto por isso tenho bastante seguro que chegarei antes de anoitecer. Mas 7 h para 150 km?!

Quando entro em Portugal uma boleia traz-me de Ayamonte a Vila Real de Sto. António. Minutos depois sou trazido à estação de serviço de Loulé e daí após alguma espera uma boleia que me traz directamente para Lisboa. Sim, em Portugal já sei eu como funcionar. Pelo menos em algumas das autoestradas.

Chego a casa, janto e às 21h30, depois de um dia psicológica e fisicamente duro, deito-me. Depois de uma noite em branco, ou num cinzento sujo, deito-me na minha cama. Para só acordar 13 h depois.