"vive devagar e parte depressa"
"Poucos turistas, como se compreende, acabam por conhecer verdadeiramente a Tunísia. Porque, como em todo o lado, o princípio da excursão, do grupo, do programa fixado por agência à partida, é inimigo da descoberta, do encontro, do improviso.
À noite, nos hotéis, organizam para estes sedentários das cidades da Europa exibições de folclore local, com "jantares típicos" em tendas montadas no jardim do hotel, com dois berberes com os respectivos camelos pela arreata fazendo a guarda de honra e prestando-se a sucessivas sessões de fotografia e filmagem ao lado das Madamos Dupont, Müller ou Silva, enquanto os respectivos maridos, de handy-cam em punho, procuram os enquadramentos mais exóticos, para mais tarde mostrarem aos amigos as "aventuras" vividas chez les arabes."
"Por exemplo, parar numa esplanada de um café à beira da estrada, encomendar umas costeletas de borrego grelhadas com salada e chá e no fim pedir uma chicha, um narguilé, o cachimbo de água com o tabaco mais suave e aromático do mundo. E para ali ficar, fumando tranquilamente, de conversa ou simplesmente em meditação, enquanto o tempo passa. E deixá-lo passar, como se tivéssemos toda a eternidade à nossa frente."
Miguel Sousa Tavares
in Sul - Viagens
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