À boleia pela Vida... Viajar por Dentro e por Fora!

Dois meses mudaram toda a minha Vida. Sem esses dois meses e sem as pessoas com quem me cruzei não seria quem sou hoje. Hoje sou viajante! Mais que nunca! Planos para o futuro: Viver os meus sonhos! Fazer o que me preenche. Mostrar ao mundo que é possível viver os sonhos. Sempre!

Friday, November 10, 2006

Para quê..?

"Foi triste ver a sua silhueta alta a diminuir de tamanho no escuro à medida que nos afastámos, exactamente como as outras silhuetas em Nova Iorque e New Orleans: ficam indistintas sob a imensidão do firmamento e tudo o que as compõe submerge. Onde ir? que Fazer? para quê?... dormir. Mas este bando de insensatos curvava-se avançando."

Jack Kerouak

in On the Road


A viagem de estrada. Pousar por quanto tempo? Comichão que nos leva a arrumar as malas e seguir caminho quando o alcatrão chama de novo.. Pessoas que ficam para trás e pessoas que virão. Mas não serão demais? Ou de menos tempo? E até quando? Para quê?

Perguntas de quem sente que perdeu o chão que planeara.
Quando me deixo de identificar com o sítio onde estou e estive. Mas e então com o que é que me identifico? O alcatrão até quando? Perguntas que me assaltam. Perguntas que assaltam quem sempre teve um controlo sobre a situação e que anseia por dias em que o perde mas ao mesmo tempo tem medo. Porque a questão é essa mesmo. Perder o controlo e depois? Até quando?

Um barco até aos EUA.. Visitar família e percorrer as inter-estatais de dedo no ar. de New York a D.C. a L.A... E depois? Até quando? E sempre a andar? E raízes? Raízes no mundo talvez. E em mim? Sim um portátil, uma máquina fotográfica e alguma roupa, a suficiente. Depois é alcatrão e olhos abertos. Mas olhos que viverão num só par. Cruzar-se-ão com muitos outros pares que tais mas depressa sorrirão para dizer "Até outro dia algures no mundo".. Até quando? E como começar uma relação? Ou como acabar?

Sim as questões invadem-me. Demasiado talvez. Mas agora mais imediato que isso, a falta de identificação com o que me envolve. Fazer o quê? Sento-me sozinho a ouvir música por que em parte me sinto sozinho e a música me acalma. Yo La Tengo...

Mas até quando. Romper a inércia. Acção-motivação. Não ao contrário...
Sonhar é fácil.. Viajar pelo Grand Canyon, Yellowstone, Vancouver, Guatemala. Mas sozinho? Bom e mau. Agora lido com um pouco disso. Sinto uma certa vontade de me pôr de parte e olhar para mim quando todos ficam aos saltos com as imagens que conseguem do microscópio de fluorescência. Parecem crianças maravilhadas. Também eu já fui assim. Mas agora não. Entristece-me em parte. O facto de ter visto o que vi. Claro que faz todo o sentido e era imperativo vê-lo. Mas tirou-me o chão. O chão que construi sob areia mas que me iludia. E agora que vi a areia a verter aos poucos para deixar um buraco debaixo das fundações urge que faça algo...

Mas substituir essa areia requer suor. Requer que algo seja feito. Activamente. Sim, dói ver isso mas ainda bem.

Ficar sem chão abala o mundo. Questões emergem quando se permite que a mente cumpra o que tem a fazer. Cabe a mim pensá-las, vivê-las, encontrar respostas e depois assentar onde o coração e a cabeça o disserem.

Assentar ou seguir viagem de novo.

1 Comments:

Blogger gaivota said...

Agora percebo...

Pensamos sempre que construímos a vida em cima de "torres de marfim", torres inabaláveis resistentes a tudo e a todos. Pode cair tudo mas aquilo não. O problema é que de repente percebemos que essas torres não passam de "castelos de areia" quando nos aproximamos. E aí perdemos o chão, perdemos o controlo que tínhamos nas mãos durante tanto tempo. Isso desorienta sempre...

Por mais coisas que eu diga, é dentro de ti que vais ter de escolher o título da TUA nova página. É em ti, Miguel. Eu estou aqui para te estender a mão, para de certa forma ajudar a repor a areia, ou para ajudar a construir as torres =) Estou aqui, Miguel, como tu estiveste e estás quando preciso (para chorar ou para saltar de alegria). Estou aqui, acima de tudo, para te dizer que não estás sozinho.
Há sentimentos que só passando por eles conseguimos perceber, porque de certa forma nos revemos neles. Qualquer coisa, sabes que estou aqui. Força!

Muitos sorrisos**

4:06 PM  

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